10/10: Aberturas de jogos que não cansamos de assistir

Arthur Pieri 🎮
9 min readJul 20, 2018

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Ao iniciar um jogo, em qualquer que seja a plataforma, é comum sentir-se ansioso para mais uma dose de diversão e/ou desafio. Mas quando a abertura do jogo é realmente cativante e surpreendente, até vale a pena perder alguns segundos (ou minutos) do tempo inicial de jogo para contemplar belas e motivadoras cenas introdutórias.

Esta seleção não foi baseada nas cenas iniciais de gameplay, mas sim nas animações anteriores aos menus principais de cada jogo. Música, apresentação, mensagem a ser passada e representação estética foram alguns dos fatores utilizados para listar os dez jogos abaixo mencionados, e ainda alguns bônus que não aparecem na lista mas que merecem reconhecimento. Além disso, a ordem dos jogos na lista não os qualificam como melhores ou piores em suas introduções — todos têm seu valor e ficarão marcados para sempre em nossas memórias.

10 — Need For Speed: Underground

Um dos jogos de corrida mais intensos da história dos videogames. A premissa era de um jogo que entregasse opções de customização como nunca antes vistas, somadas a corridas dos mais diversos tipos, quebrando qualquer lei de trânsito ou da física clássica ao som de algum rapper ou DJ americano. O título cumpriu muito bem seu papel, e isso é evidente durante sua apresentação.

Um carro tunado aparece correndo em uma cidade, executando manobras arriscadas, enquanto o interior do carro é mostrado por uma espécie de visão de raios-X. Equipado com tudo que se tem direito para poder atingir velocidades inacreditáveis e fazer curvas quase impossíveis, o veículo mostra sua potência em uma sequência de cenas rápidas que combinam música eletrônica e boosts de velocidade de uma maneira singular.

09 — Sonic CD

O ouriço mais querido dos games é protagonista de diversos games, mas aberturas nunca foram o forte da franquia. Porém, Sonic CD — título do nosso amigo azul lançado para Sega CD — fez diferente, contando com uma animação do personagem correndo por um cenário sendo destruído e muito bem ambientado no melhor estilo dos animes japoneses.

A música foi uma boa escolha para a ocasião, caindo bem com os saltos e cambalhotas realizados pelo protagonista na grama e pelo desfiladeiro de montanhas. A música foi localizada para diferentes regiões, já que a letra da canção tem a ver com o ouriço. Ao fim das cenas explosivas, Sonic parte em direção à base do Dr. Robotnik, iniciando uma aventura em alto estilo. Após muitos anos, essa sequência de cenas em desenho ainda serviu como um ótimo exemplo para a introdução do mais novo título 2D do ouriço, Sonic Mania.

08 — Street Fighter IV

Esse é um exemplo interessante de nossa lista. Street Fighter IV está longe de ser uma referência do gênero de luta ou até mesmo para a série de luta mais famosa da Capcom, mas tem uma introdução frenética e contagiante em sua versão original.

Com uma apresentação mais escura e com os personagens aparecendo e desaparecendo nas sombras geradas pelo estilo cel-shaded, os confrontos enérgicos de Street Fighter IV são protagonizados por muitos dos nossos velhos amigos de outros jogos da franquia. Os golpes e os especiais são bem variados, e a perspectiva pela qual vemos os personagens é diferente do estilo 2D com o qual estamos acostumados, nos dando uma prévia de como serão as cinematics dos golpes especiais durante o jogo.

A música traduz a sensação de competição e cai muito bem com a arte e ambientação dessa introdução. Logo de início, a emoção já parece tomar conta do jogador que vai se aventurar nas lutas de rua, tentando sempre encontrar a melhor maneira de executar combos ou de explorar as fraquezas e limites do inimigo. Toda a brutalidade e superação de desafios mostrados na introdução também fazem parte do jogo, que fez grande sucesso no Xbox 360, PlayStation 3 e PC.

07 — Diablo III

A Blizzard é uma das empresas mais importantes do mundo dos games, principalmente no que diz respeito a cinematics, destacando-se a cada novo jogo com criatividade e poder gráfico das engines muito à frente do tempo. Após um longo período sem títulos ou atualizações de Diablo II, a empresa lançou, no final de 2011, um vídeo no YouTube com as cenas de introdução do mais novo jogo, Diablo III.

Começando como um livro aberto nas primeiras cenas, aos poucos os desenhos começam a tomar formas abomináveis e cruéis de tudo que não é bom e que você terá que enfrentar nessa incessante jornada a sua frente: monstros, pássaros macabros, demônios, pessoas agonizando e muito mais. Uma bela moça jovem e seu velho tio, então, conversam sob os tetos de uma catedral, dominada em seu exterior por trovões e aguardando para que a profecia das escrituras sobre o apocalipse seja concretizada. Realmente, um início e tanto para um jogo.

06 — Super Metroid

Após um hiato de alguns anos desde o lançamento de Metroid II, Samus Aran volta ainda mais forte com seu traje espacial para combater seres alienígenas, agora em um episódio que se tornaria um dos jogos mais influentes e bem desenvolvidos de todos os tempos, eternizado no inesquecível Super Nintendo em 1994.

Ao som de toques eletrônicos simples, porém misteriosos, começa a terceira aventura da caçadora de recompensas mais famosa do espaço. O título Metroid 3 aparece durante a apresentação, indicando a sequência direta do seu antecessor de Game Boy, porém seu legado seria eternizado como Super Metroid. O título verdadeiro aparece logo em seguida, estampado em um cenário destruído pelas larvas alienígenas e pelas batalhas travadas envolvendo a protagonista.

05 — The Legend of Zelda: Majora’s Mask

A franquia do herói do tempo sempre surpreendeu até nos mínimos detalhes, mas é do capítulo mais diferente da franquia da Nintendo que vemos a abertura mais excêntrica e melancólica de todas, que tem um equilíbrio perfeito de naturalidade, alegria e suspense. Ao som de uma música calma, o desenrolar de um dia cotidiano vai tomando conta da cena introdutória de The Legend of Zelda: Majora’s Mask, mostrando cada um dos habitantes de Clock Town vivendo suas realidades pacatas e um tanto quanto monótonas.

Enquanto isso, Link aparece em diferentes locais da pequena cidade, seja observando a paisagem ou caminhando sem rumo. À medida que o dia se torna noite, a música repentinamente se torna mais assustadora, mantendo o ritmo, mas mudando para um tom mais grave. O centro das atenções é então voltado para o alto das construções, e eis que lá encontramos o causador de toda a desordem da realidade paralela de Termina: Skull Kid, habitante da floresta, carrega a Máscara de Majora e ordena à lua que caia sobre a cidade, devastando tudo e todos em 72 horas.

04 — Persona 5

Provavelmente o jogo mais estiloso de 2017 e também um marco dos JRPG no ocidente. Além de entregar um jogo extremamente completo e bonito, a Atlus deixou sua marca registrada em uma das aberturas mais bem equilibradas já vistas. A música vibrante e alegre que contagia os personagens, combinada com as cenas rápidas basicamente em preto, branco e vermelho, entregam o que Persona 5 tem de melhor em sua essência: estilo e irreverência.

Mas a abertura vai além do que falamos anteriormente, introduzindo também uma atmosfera misteriosa acerca de alguns personagens já conhecidos da franquia, como o famoso narigudo Igor. Já dá pra ter uma bela ideia do que o jogo traz por sua bela concepção de apresentação e pelo visual de uma Tóquio tomada pelos tons escuros temáticos desse título.

03 — Chrono Trigger

Além de ser considerado um dos JRPGs mais importantes da história, Chrono Trigger foi um marco para a época devido a sua semelhança com animes. Desenhado por ninguém menos que Akira Toriyama, esse título atemporal da Squaresoft foi sucesso de crítica e ganhou uma abertura toda especial em sua versão posterior, lançada como parte do jogo Final Fantasy Chronicles para o PlayStation.

O poder de processamento gráfico do console da Sony permitiu que a abertura fosse extensa o suficiente para mostrar como seria se o jogo fosse um anime de ação. O bom senso da direção de arte do jogo limitou o tempo (para evitar repetição ou cenas irrelevantes), mas abusou do carisma dos personagens memoráveis desse clássico.

O protagonista Crono aparece olhando uma foto com seus fiéis companheiros de batalha, relembrando os velhos tempos de combate e aventuras. O resto é história, que emocionou muitos jogadores nas incontáveis horas melhorando as habilidades ou acompanhando os diferentes finais do jogo.

02 — The Witcher 3: Wild Hunt

O RPG ocidental mais recente produzido pela CD Projekt Red já é considerado uma referência para os jogos modernos do gênero por sua singularidade em todos os aspectos. Além de mostrar um vasto mundo cheio de lugares e quests a serem descobertos, The Witcher 3: Wild Hunt inicia o jogador no mundo medieval com uma cinematic de tirar o fôlego, seja por sua violência em altíssima definição — que extrapola o que costumamos ver nas aberturas dos jogos — ou pela música que ambienta o campo de batalha em que um guerreiro de cabelos longos se encontra procurando por pistas.

Os esforços da produtora para esse momento inicial certamente não foram em vão: a abertura mostra Geralt de Rivia e seu tio Vesemir à procura de pistas do desaparecimento de alguém muito próximo a eles na região de Temeria. Enquanto isso, em uma outra época, cabeças eram cortadas e guerreiros subjugados aos gritos em uma batalha sangrenta que envolvia espadas, magia e animais indomáveis.

01 — Grand Theft Auto: San Andreas

Com certeza, uma das músicas mais marcantes de jogos, tema até de muitos “memes” na internet atualmente. Grand Theft Auto: San Andreas elevou o nome da franquia de ação da Rockstar Games não somente para um nível internacional, mas também para a casa de quase todo jogador que possuía um PS2 em seu lançamento.

Caracterizado com um música de rap e desenhos de atividades ilícitas e malandras, é o perfeito ritmo para um gangster (ou para aqueles que queriam se sentir os criminosos da vez). Mulheres, carros “envenenados”, as mais variadas armas, roupas largas e paisagens de uma cidade toda moldada para aquela que seria, até então, a melhor entrada da franquia. A troca de imagens era feita deslizando-as na tela, alternando os sentidos de apresentação e acompanhando o ritmo da música.

Como de costume, durante a seleção dos dez mais relevantes, muitos jogos dignos de serem classificados tiveram que ser retirados por critérios de desempate. Mesmo assim, aqui ficam alguns títulos que merecem menção honrosa no que diz respeito a aberturas memoráveis: Midnight Club 3: DUB Edition Remix, Shin Megami Tensei: Persona 4, Persona 4 Golden, The Legend of Zelda: Twilight Princess, muitos dos jogos da série Final Fantasy, os jogos da série Grand Theft Auto, Bully, Overwatch, World of Warcraft e suas inúmeras expansões, os jogos da série Tony Hawk’s Pro Skater, entre outros.

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